quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Revivendo a adolescência pelo olhar dos filhos


Anteontem, no Seminário Crescer, aprendi mais um pouco sobre o brincar. As informações foram especialmente úteis para usar com meu pequeno Felipe, de quase três anos. Ele tem dominado as atenções ultimamente, revivendo situações, quebrando antigos paradigmas, relembrando erros passados, com mais tempo e mais maturidade, aperfeiçoando o exercício da maternagem.

Com ele, revivo esperiências antigas e acrescento novas informações. Com o Pedro, do meio, foi "no embalo" pois ele veio 1 ano e 9 meses depois que o mais velho. O que aprendia com um, usava com o outro e vice versa. Com o Dani, mais velho, é diferente, ele é cobaia, sempre "inaugura" situações, rs. E, neste momento, ele está para inaugurar outra fase, a adolescência. Com 11 anos, tamanho de 14 (já está da minha altura), cabeça de, bem... Rs... Depende do humor, pode ser de um bebê de 3 ou de um adolescente um pouco mais velho (e rebelde, e chato, rs). Brincadeiras à parte, é uma fase difícil sim, mas encantadora e cheia de possibilidades.

Cena do Filme "Rei Leão"
Daí que fazia séculos que não assistia Malhação... Ontem, estava um pouco mais cansada que o normal, ao chegar das escolas com os meninos e resolvi deitar na cama, após lanchar e procurar algo para ver rapidamente na tv. Percebi que a adolescência mudou muito pouco. Tirando os modismos, efêmeros, as dúvidas, anseios e aspirações são as mesmas.

Sei que biologicamente a adolescência só começa com 13, 14 anos, mas acho que as coisas estão também mais aceleradas e desenvolvidas, isso inclui os corpos deles. A mente nem sempre acompanha - quase nunca.  E essa fase, 11, 12 anos, quando começam o chamado Fundamental II, quando nem são crianças, nem são adolescentes, mas começam a ganhar mais tarefas e responsabilidades, dá uma pirada... O chamado "mercado" também contribui bastante com a confusão, tentando impor o conceito totalmente equivocado de "pré-adolescência", encurtando a infância com o objetivo de aumentar o consumo e o público consumidor.

Minha adolescência foi uma fase muito especial e moldou 90% de quem eu sou hoje. Aprendi muita coisa sozinha ou trocando figurinhas com amigas, pois não tinha muito a quem recorrer (diálogo não era regra na minha casa). Minhas maiores amizades são dessa época. Um grupo que (junto ou separado pelas distâncias) é unido até hoje, coisa de quase trinta anos, mesmo que se fale somente pelo Facebook. Muito de minha experiência dessa época pretendo usar não para andar por eles, mas para mostrar que nem sempre precisamos ir pelos caminhos mais difíceis para provar algo, seja para alguém, seja para nós mesmos.

Como não tenho filha, tenho que lembrar da minha época, mas tenho que lembrar também de como eram os garotos, acrescentando a isso informação, farta e disponível para pais de qualquer geração se conectarem aos seus filhos, sem muitos abismos.

Ele, felizmente, tem algo que eu e meu irmão por parte de mãe não tivemos: um pai presente. Isso vai ser importante, no que diz respeito a referências.

Faço questão que tenhamos diálogo, falamos abertamente sobre tudo aqui em casa, nenhum assunto fica sem resposta. Cobro muito (reconheço que às vezes de forma excessiva), mas se cobro é para extrair dele e dos irmãos o melhor. Claro que tem as birras típicas, mas isso faz parte e a gente aprende a lidar, ora endurecendo, ora fazendo com que eles riam deles mesmos. As broncas também crescem e aparecem, rs.

O que temos sempre que fazer é ficarmos presentes para sanar as dúvidas, mas também deixar espaço para que cresçam, aprendam e aproveitem o pouquinho de infância que lhes resta, sem acelerar processos, sem pular fases.


http://centraldequadrinhos.com

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